Por Senise Doriana de Sousa Feitosa¹
Psicóloga – CRP 17/1435
Bem-estar é a experiência de viver com altos níveis de consciência das escolhas, da autoaceitação, da
interligação, do amor, do significado e do propósito. Bem-estar é uma jornada de vida individual, de
apropriação do conceito de autoatualização e aplicação disto para a mente, corpo, espírito e
interconexão com outras pessoas e ambiente.
Michael Arloski.
A contemporaneidade tem suscitado ao homem reflexões sobre hábitos e estilos de vida
mais saudáveis, esses, adequados às condições mais humanizadas, de forma a que a
preservação da vida humana atinja patamares reais de qualidade de vida e saúde.
Percebendo essas necessárias mudanças no homem, o espaço laboral também se insere
no contexto visto que as relações intra e interpessoais inquietam e solicitam a busca por
um bem-estar que atenda às exigências do ser conectado com uma responsabilidade
coletiva.
Responsabilidade que perpassa por um compromisso individual de integração,
consciência e posturas trazendo como conseqüência uma melhor qualidade de vida com
a garantia de comportamentos mais humanizados, portanto, salutares e felizes à
convivência fraternar.
Convivência e encontro de cada ser consigo mesmo e com o outro, através do uso de
ferramentas que possibilitem um movimento de ações mais afetuosas, mais respeitosas,
mais éticas e de escolhas para que uma relação de bem-estar se estabeleça. Enfim, a
busca do homem de revisão nas dimensões da vida (física, social, emocional e
espiritual) na qual, na maioria das vezes, algumas dessas áreas são negligenciadas e, por
mecanismos de defesas, desviadas da sua trajetória “normal” com a desculpa da falta de
tempo. Seria a falta de tempo, uma desculpa do homem não se perceber e amar como
realmente deve amar? Amar também se insere nas condições humanas que levam ao
bem-estar. Como esse sentimento se constrói nas relações de forma a que possa se
estabelecer, em cada um, bem-estar?
No ambiente laboral, as horas de trabalho vividas possibilitam uma maior convivência
das relações humanas o que reflete na necessidade de relações com gerenciamento do
bem-estar que, em consonância às dimensões da qualidade de vida, pode contribuir para
o desenvolvimento da Qualidade de Vida individual e como uma onda, na Qualidade de
Vida no Trabalho (com o coletivo):
1 – Social – propostas objetivas e realistas para a vida com base em uma boa
convivência nas relações de amizade, familiar e no trabalho: amor, gentileza, confiança,
respeito, solidariedade e tolerância;
2 – Física – alimentação balanceada, equilibrada; a prática regulares de atividades
físicas; atenção maior à forma da respiração; preservação da saúde, o não uso de
substâncias químicas nocivas ao homem;
3 – Emocional – o gerenciamento das emoções de forma positiva: alegria, bom humor;
aceitação de si e a busca do autoconhecimento;
4 – Espiritual- a busca e reflexão de um sentido na vida com base em crenças e valores
positivos, a prática da espiritualidade e do voluntariado.
Nesse sentido, como então pensar a construção do nosso bem-estar e a nossa
contribuição para o bem-estar do outro no ambiente em que permanecemos grande parte
do tempo diário? Quanto temos nos permitindo aprender sobre novas posturas de forma
a que o bem-estar seja uma constante?
Se a expectativa de vida do brasileiro vem aumentando, imprescindível que as escolhas
de estilos e hábitos saudáveis para viver mais e melhor sejam consideradas de forma a
poder garantir uma longevidade feliz com comportamentos, escolhas e afetos no
trabalho que possibilitem resultados efetivos nas relações humanas.
¹ Servidora pública estadual lotada na Assessoria Técnica e de Planejamento –
ATP/SEEC/RN; graduada em Comunicação Social – Jornalismo (UFRN) e Psicologia
(UnP); especialista em Gestão de Qualidade de Vida e Saúde no Trabalho (UFRN) e
Psicologia Transpessoal (Unp). E-mail: senisedoriana@rn.gov.br.